Entenda o modelo de tríplice hélice de inovação
Você já ouviu falar da tríplice hélice antes? Se você conhece um pouco de biologia, provavelmente pensará em DNA e biologia celular. No entanto, a expressão também é utilizada para descrever o mais sustentável sistema de inovação. Trata-se de um modelo baseado na colaboração entre três esferas institucionais: a universidade, a iniciativa privada e o poder público.
No artigo de hoje, você vai entender melhor o que é a tríplice hélice da inovação, como ela se desenvolve e sua ligação com o cenário atual. Confira!
O beabá da tríplice hélice
Idealizado por Henry Etzkowitz e Loet Leydesdorff, o framework que impulsionou o Vale do Silício parte da premissa de que a inovação é dinâmica e sustentável quando calcada na articulação entre academia, indústria e governo.
De acordo com a dupla de sociólogos, a universidade representa o centro da produção de inovação em si, tanto pela formação de profissionais de alto nível, quanto pela pesquisa e desenvolvimento de tecnologias.
Já as empresas “puxam” esse processo a partir de suas demandas práticas. O governo, por sua vez, é o facilitador — seja por meio de programas de incentivo à pesquisa, reduzindo burocracias e/ou ao implementar as inovações.
Em 7 de fevereiro de 2018, o Decreto número 9.283 regulamentou o denominado Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação no Brasil, o qual foi instituído pela Lei número 13.243. A medida foi necessária para instituir uma legislação mais atualizada, de modo a ampliar a união de forças e expertises para a diminuição das distâncias que separam o país das grandes potências mundiais.
Parceria em sentido estrito
Os papéis desempenhados por cada integrante da tríplice hélice não devem ser entendidos de forma isolada (ou autossuficiente). A rigor, cada vez mais esses stakeholders assumem tarefas intercambiáveis que antes não lhes cabiam.
A academia atua não apenas como geradora de conhecimento, mas também como agente de incentivo e suporte de conhecimento para as empresas, por meio de pesquisas acadêmicas, transferência de tecnologia e geração de talentos.
Já as empresas não produzem somente bens e/ou serviços: elas também influenciam a geração e compartilhamento de conhecimento. Por fim, as lideranças do poder público, em suas três esferas, são responsáveis pela formulação e gestão do governo e das políticas públicas, de modo a potencializar os esforços empreendidos pelos demais organizadores regionais de inovação.
Essa triangulação é resultado da interação entre os agentes do ecossistema, cujas interseções possibilitam a formação de redes de relacionamento. Estas, por sua parte, servem como motor para o desenvolvimento socioeconômico.
Veja quais são os elementos-chave que constituem a sinergia dos protagonistas da tríplice hélice:
Da teoria à prática
Embora os aspectos teóricos das interações da tríplice hélice tenham sido amplamente explorados nos últimos anos, seu valor prático está apenas no início da realização de seu potencial.
Com o intuito de ampliar a adoção do sistema, a dinâmica triádica, especialmente em sua perspectiva sistêmica, deve deixar de ser um conceito acadêmico mais ou menos sofisticado para ser um “bloco de construção” da política e prática de inovação do dia a dia.
Esse estado de harmonia e reciprocidade é uma das chaves para a resolução dos grandes desafios que atravessam o ensino, a indústria e o mercado de trabalho. Por meio da formação de estudantes e pesquisadores melhores, e da criação de mais e melhores empregos, é possível ingressar de vez na economia do conhecimento.
Uma nova missão para a universidade
Para enfrentar os crescentes desafios sociais e econômicos, há uma demanda crescente para que as universidades usem seus artifícios de pesquisa e ensino para cumprir sua chamada “Terceira Missão” na sociedade e na economia. Isso implica assumir a responsabilidade, ativa e conscientemente, pela sociedade para a qual trabalham.
A Terceira Missão tem duas prioridades principais:
- Uso direcionado e transferência de conhecimento acadêmico para ajudar a resolver diversos desafios sociais;
- Compartilhamento de tecnologias e inovações na forma de cooperação com empresas públicas e privadas.
Atitudes locais, mudanças globais
A universidade pode se beneficiar da interação com a indústria de várias maneiras. Primeiro no nível de pesquisa, o que significa obter muitas ideias a partir de necessidades reais das empresas. Pode-se acrescentar a isso o financiamento que vem do projeto conjunto, que permite aos acadêmicos equipar seus laboratórios e empregar alunos como monitores de aula e/ou bolsistas de iniciação científica.
Os estudantes também podem evoluir em virtude da oferta de estágios, o que significa melhor exposição ao mundo corporativo. Além disso, podem disputar vagas com maior probabilidade de êxito. Afinal, criarão laços com tomadores de decisão e colaboradores mais experientes. Em paralelo, é possível dar início ao desenvolvimento de habilidades fundamentais para o futuro do trabalho.
Há também benefícios para a comunidade local. Em muitos casos, um produto dessa interação são os spin-offs — sejam eles tecnológicos ou não. E, uma vez criados, podem contribuir para o avanço social e econômico mediante tributos, impostos e taxas. Também ajudam a gerar empregos e reestruturam a região em termos de ativos tecnológicos, habilidades e experiências.
Tríplice hélice: ferramenta valiosa e nossa visão de mundo
Como vimos neste artigo, o modelo da tríplice hélice é uma ferramenta valiosa para o desenvolvimento econômico e social. Ao promover a colaboração entre universidade, iniciativa privada e poder público, é possível criar novas oportunidades, gerar empregos e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Especialmente no cenário atual, onde ela pode fazer toda a diferença para criar um mundo mais inovador, mais sustentável e mais justo.
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