Gestão da Permanência Eficaz: Mitigando a Evasão no ensino superior
A evasão de estudantes é um dos maiores desafios enfrentados atualmente pelas instituições de ensino superior. De acordo com o Censo da Educação Superior (2017), apenas 46% dos estudantes que ingressam no Ensino Superior chegam até o último ano do curso. Porém, apesar dos indicadores assustadores, ainda é dada pouca atenção a essa problemática. No geral, a gestão educacional se esforça para captar novos alunos, se descuidando daqueles que já ingressaram e lutam para se manter na jornada acadêmica. Quer saber como usar a Gestão da Permanência de forma eficaz em sua Instituição de Ensino? Então, continue lendo esse artigo.
Segundo um levantamento feito pelo Datafolha, a pedido do C6 Bank em 2020, a taxa de evasão no ensino superior girou em torno de 16,3%, sendo um dos piores índices da história.
Quando um estudante evade, não é apenas a instituição que perde recursos, mas também a família, os amigos e a sociedade. Cada aluno carrega dentro de si uma história e a desistência acontece por motivos profundos e complexos. As causas são diversas, seja na rede pública ou privada, sendo as principais: falta de recursos financeiros; motivos pessoais; falta de identificação com o curso escolhido; perda do emprego; falta de estrutura e assistência da instituição, entre outros.
Por isso, implantar uma gestão da permanência eficaz em sua instituição pode representar a solução para esses problemas.
Gestão da permanência ou Retenção de Alunos?
Daniele Piazzi, especialista em Marketing Educacional, CEO e Founder da Moovecom, Consultora na Hoper Educação, Educadora e uma das autoras da obra “A Disrupção do Marketing para Instituições de Ensino”, vem estudando, pesquisando e atuando há 5 anos com a mitigação da evasão. Segundo ela, a retenção é compreendida como a capacidade institucional de manter os estudantes da admissão até a conclusão do curso.
“Na prática, vemos que a responsabilidade de manter o aluno na instituição é do marketing, porém, o resultado na maioria das vezes acaba sendo insatisfatório. A ação da retenção é reativa, ou seja, a instituição age a partir da iniciativa do aluno em sair, e não se preocupa em entender os reais motivadores da desistência, e por isso grande parte acredita que o maior motivador é a incapacidade de pagamento. Além disso, este modelo se preocupa e foca na capacidade institucional, e não no aluno e seu sucesso. Por isso, lhe ofereço a oportunidade de conhecer um outro modelo mental: o da gestão da permanência”. Diz Piazzi.
Diferente da retenção, a Gestão da Permanência utiliza uma abordagem mais proativa, e se destina a promover ações voltadas à permanência do aluno na instituição até a sua formatura.
Para Piazzi, um aluno que tem a intenção de evadir, na maioria das vezes dá sinais claros de sua intenção: começa a faltar às aulas, realiza reclamações nas redes sociais da instituição e em suas próprias, deixa de pagar as mensalidades e passa a ter um rendimento inferior. Claro que não podemos negar que parte da evasão vem de motivações financeiras, mas temos que lembrar também que em qualquer prestação de serviços, existe uma relação direta entre a inadimplência e a insatisfação, pois as pessoas tendem a negligenciar suas obrigações em relação ao que não acham importante ou não gostam.
A retenção está diretamente relacionada ao DESEJO que a instituição possui em manter o estudante matriculado até o final do curso, enquanto a gestão da permanência está relacionada com a ESCOLHA do estudante em permanecer na instituição. E essa decisão passa pelas expectativas criadas pelo próprio aluno alinhadas com o suporte oferecido pela instituição, os feedbacks e o envolvimento social recebido durante toda sua jornada acadêmica, diz Piazzi.
Mitigando a evasão de seus estudantes por meio da Gestão da Permanência Eficaz
Ao mudar o modelo mental de retenção para gestão da permanência, temos como foco o Sucesso do Estudante, que envolve muito mais do que criar um conjunto de ações com o objetivo de reduzir o índice de evasão de alunos em sua instituição. Nessa jornada, cabe a instituição apoiar o estudante em toda sua jornada acadêmica, para que seu sucesso seja alcançado. E vai além: desenvolve o senso de pertencimento desse aluno, e aumenta seu engajamento com a instituição, para que caso a evasão seja realmente a única solução para esse aluno, ele continue sendo um aluno leal a marca de sua instituição.
“Mude seu modelo mental de retenção para a Gestão da Permanência. Pode parecer uma simples mudança de palavras, mas garanto que não é. Este é o primeiro grande passo rumo à mitigação da evasão.” Daniele Piazzi.
Na últimas décadas diversos modelos teóricos analisando a retenção e a evasão foram construídos e apresentados, a maioria categorizada nas perspectivas abaixo:
- Psicológicas - que foca nos atributos da personalidade do estudante;
- Sociológicas - foca nas forças sociais externas à instituição educacional, como status, etnia e oportunidades educacionais;
- Econômicas - foca nas questões financeiras que afetam a gestão da permanência dos estudantes;
- Organizacionais - foca no impacto de fatores organizacionais da instituição, como processos, estrutura, porte e proporção de estudantes;
- Interacionais ou Integrativas - englobam as múltiplas perspectivas, ou seja, sociológicas, econômicas, organizacionais e psicológicas.
Uma Gestão da Permanência Eficaz é sustentada por três grandes pilares: a Experiência do Estudante, o Suporte Acadêmico e a Atuação Preditiva. Independentemente da oferta de ensino, ela precisa ser trabalhada estrategicamente nas instituições de ensino de maneira sistêmica e coordenada, pois um conjunto de estratégias desconectadas não produzirá mudanças significativas.
É importante assimilar que estratégias abrangentes e sistêmicas produzem resultados significativos; esforços isolados produzem apenas resultados superficiais.
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