Dia Internacional das Mulheres: conheça a trajetória de Fernanda Verdolin, CEO e founder da Workalove Edtech
Dia 8 de Março é o “Dia Internacional da Mulher” e para comemorar trouxemos hoje uma entrevista com nossa CEO e Founder Fernanda Verdolin, para compartilhar com vocês um pouco de sua história, dos desafios e conquistas em sua trajetória na criação da Workalove Edtech, o maior Ecossistema de Trabalhabilidade do País.
Em pouco tempo de operação, já impactamos mais de 1 MILHÃO de vidas, colaboramos com mais de 10 mil empresas que estão contratando melhor os estudantes e ajudamos mais de 3.000 instituições de ensino a acompanhar a empregabilidade de seus estudantes e atualizar seus currículos pedagógicos com o futuro do trabalho.
Recentemente também fomos reconhecidos em primeiro lugar como a Edtech líder em inovação aberta pela 100 Open Startups de 2022, um ranking realizado anualmente, que destaca as startups e as corporações que mais promovem inovação aberta no país.
De Bailarina a Empreendedora
Fernanda é mineira, do interior de Minas Gerais, de uma cidade chamada Sete Lagoas, bem próxima da capital, Belo Horizonte.
Estudou em escola confessional durante toda a vida escolar até sair para o ensino superior.
Sempre foi uma criança inquieta e agitada, e logo no início do seu processo de alfabetização enfrentou seu primeiro grande desafio: a dificuldade de concentrar e aprender (alfabetizar) seguindo o modelo tradicional de educação.
Entretanto, sua família contou com a ajuda e sensibilidade das freiras da escola que enxergaram além do sistema e recomendaram à sua mãe que a introduzisse em atividades extracurriculares, como a dança e o teatro.
“Essas atividades me ajudaram a equilibrar minhas energias e também a me apaixonar pelo ambiente educacional.” – comenta Fernanda.
Logo no início do ensino médio começou a empreender, dando aulas de ballet para as crianças do ensino infantil. E isso cresceu até se tornar seu principal alvo daquele momento: ser bailarina e atriz da Globo.
Porém, ela resolveu seguir os conselhos do seu pai que é engenheiro de formação e foi fazer graduação em Comunicação Social em BH, furando sua primeira bolha e indo morar sozinha na capital aos 17 anos.
Conheça um pouco mais da trajetória de Fernanda Verdolin:
“Quase no final do curso, consegui um estágio na minha área, na maior empresa de software, hoje conhecida como TOTVS, mas na época, chamava-se RM Sistemas. Lá, eu fui de estagiária a gerente de marketing em menos de 3 anos, e comecei a aprender a programar na prática. Ou seja, uma pessoa das artes e humanas foi mergulhar e aprender exatas na prática e se especializar em gestão e negócios.”
Aos 23 anos de idade, Fernanda se viu liderando mais de 20 pessoas em um call center, e naquele momento a TOTVS a apoiou com um programa de coaching de carreira que foi um verdadeiro divisor de águas em sua vida.
“Ali descobri pela primeira vez o impacto do autoconhecimento na minha vida. Descobri que queria trabalhar com educação e tecnologia. Educação porque minhas avós foram educadoras e tiveram grande influência na minha vida e tecnologia porque estava fascinada com o poder de impactar milhares de pessoas de uma só vez.”
“Vivi mais duas experiências profissionais diferentes, como executiva de vendas e marketing em empresas de tecnologia da informação e como professora universitária, aos exatos 30 anos. Foi nesse momento que resolvi tirar do papel para a vida real o plano que escrevi com 23 anos de idade.”
“Bati na porta da principal instituição de ensino da minha cidade e apresentei um projeto de implantação de um CRM (tecnologia) para educação.
Fui contratada de imediato. Durante 7 anos vivi os principais desafios da captação de alunos, gestão da permanência de estudantes e relacionamento com egressos. Ao mesmo tempo que atuava como executiva na educação, fiz meu mestrado e fui para sala de aula viver meu principal talento: contribuir para a transformação de vidas das pessoas.”
E foi em na sala de aula que, Fernanda ouviu pela primeira vez o grande conflito que seus alunos estavam vivendo: “professora, hoje sou aluno, amanhã um desempregado.”
Ela estava passando pelo segundo processo de coaching em sua vida e resolveu aplicar algumas das técnicas que aprendeu.
“O que fiz dentro da sala de aula?
Ensinei meus alunos a identificarem aquilo que eles fazem bem e amam fazer. As atuações/carreiras que tinham mais relação com o que eles faziam com naturalidade. E por fim, ajudei-os a identificarem os problemas que eles gostariam de resolver.
A intercessão desses 4 pontos foi a alavanca que eles precisavam para buscar (ir em busca – se tornar protagonista) de uma posição que fizesse sentido para eles no mercado.
Ajudei os meus estudantes a fazer um currículo, se preparem para as entrevistas de emprego e a buscar as oportunidades que estavam abertas para os seus interesses.
Resultado? Eles não só conseguiram perceber melhor o valor do ensino superior, como também conseguiram entrar no mercado em sua área de formação com perspectivas de crescimento.
Foi aí que tive o insight: por que não aplicar a tecnologia e ajudar milhares de estudantes de uma só vez?
Foi assim que fundei a Workalove, em um ato de empatia com meus alunos para acelerar a entrada deles no mercado de trabalho e contribuir para a mobilidade social dos nossos jovens.
Hoje já temos em nosso ecossistema mais de 1 milhão de estudantes, mais de 3000 instituições de ensino e 10 mil empresas.”
O que te motivou (e ainda motiva) na sua jornada?
“Com certeza é viver para servir as pessoas. Consigo ver isso em alto impacto hoje, quando por meio da tecnologia ajudamos milhares de estudantes a fazer melhores escolhas de vida e carreira e viver o máximo da sua potência humana, sendo mais produtivos e felizes.
Isso é o que me move a levantar da cama todos os dias e dar o meu melhor.
Eu tive o privilégio de conseguir reunir e concretizar toda a minha trajetória de experiências de vida e carreira em uma empresa de tecnologia de alto impacto social.
Quando olho para os produtos da Workalove, vejo um pouco da minha versão de artista, de executiva de vendas e marketing e de educadora nata, que se transformou em uma empreendedora inconformada com o sistema educacional tradicional.
Resultado? Uma empresa de tecnologia educacional de alto impacto social que me ajuda a potencializar a entrega do meu propósito.”
Como você acredita que impacta a vida das pessoas?
“Vejo o impacto não só no dia a dia com os mais de 1 milhão de estudantes impactados e tendo oportunidade de entrar no mercado de trabalho e encontrar seu lugar no mundo, mas também nas pequenas ações cotidianas com minha equipe que predominantemente são mulheres.
Sinto o peso da responsabilidade de pavimentar a estrada para que muitas outras possam vir e sentir esse chão com menos cascalho do que senti e vivi. Ao mesmo tempo que é uma grande responsabilidade é também um grande privilégio, principalmente no mercado de tecnologia, onde representamos menos de 2% da liderança empreendedora de startups. E pode ter certeza que estou fazendo meu melhor.”
Quais os principais avanços das mulheres no mercado de trabalho? E quais desafios que ainda precisam ser enfrentados?
“As discussões sobre ações de Diversidade e Inclusão aumentam a cada dia no mundo corporativo e a liderança feminina entra nessa pauta.
A falta de representatividade da mulher ainda é um grave problema.
No Brasil, o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado em 2021, apontou que 63% dos cargos gerenciais são ocupados por homens. As mulheres atuam somente em 37%.
O foco, porém, não é só o índice baixo. Ele se divide com um problema maior: em 2018, o mesmo estudo indicava 39% dos cargos gerenciais sendo ocupados por mulheres no País. Ou seja, o número caiu.
Temos um grande desafio: Como as empresas podem contribuir para reverter essa realidade? Qual é o papel do RH e por que a igualdade de gênero é uma pauta tão importante para o crescimento dos negócios e da sociedade?”
Qual a importância da representatividade feminina em posições de liderança nas empresas?
“A inclusão, a diversidade e a representatividade.
Aqui na WL temos a bandeira de inclusão das mulheres em tecnologia. Hoje 80% das lideranças são mulheres. Elas são ágeis, focadas e dinâmicas. Conseguem pensar nos detalhes e tem visão holística. Elas têm muita facilidade ao lidar com pessoas, são empáticas e proativas. Tem facilidade de se conectar com propósito, entendendo que dinheiro é consequência de como elas conseguem resolver os desafios.
Estudando um pouco sobre o assunto identifiquei que as lideranças femininas atuam com medidas mais consistentes no ambiente de trabalho, priorizando o bem-estar das equipes.
As mulheres se mostram mais dedicadas a formar alianças e a atuar de forma mais colaborativa.
Em contraponto, um dos grandes desafios que tive que enfrentar e que ainda enfrento, agora em proporção menor no ambiente corporativo, é a falta de acolhimento, empatia e competitividade entre mulheres. Pasmem!!!
Tirando o ponto do assédio moral e sexual ainda praticado por alguns homens machistas, e a pressão mais acentuada para comprovarmos nossa competência, um dos grandes desafios da competitividade feminina são mulheres que não ajudam outras mulheres.
Hoje, aqui na Workalove, temos um lema: somos mulheres que apoiam e acolhem outras mulheres, carregamos a bandeira por mais mulheres na tecnologia e vivemos o acolhimento das mulheres no nosso dia a dia desde as mais simples atitudes até incentivos mais estratégicos como bolsas de estudos e apoio de carreira para inserção no mercado de trabalho. Precisamos mostrar que dá para fazer diferente do que está posto hoje.”
Que mulheres te inspiram?
“Há pouco tempo me fizeram uma pergunta parecida, do tipo: quem são as pessoas que te inspiram? E pasmem, eu só conseguia citar referências masculinas.
E foi nesse despertar que comecei a mergulhar em um processo de remodelagem descobrindo e redescobrindo minhas inspirações.
Durante esse processo consegui identificar algumas referências de vida e carreira que me influenciam hoje.
Desde a minha mãe, com seu espírito de servidão que marcou profundamente minha vontade e prazer em servir as pessoas, passando pelas minhas avós e tias que foram educadoras e serviram de inspiração para que eu pudesse buscar trabalhar com educação, até as referências mais conhecidas, como: Joyce Meyer, pastora e preletora norte americana, um ícone da comunicação que me influencia muito pela sua eloquência, robustez e vasto conhecimento bíblico, a psicóloga Brené Brown, que também é um modelo de oratória e grande cientista do comportamento humano.
Na minha área de startups infelizmente temos poucas referências, mas gosto de seguir o modelo mental da investidora Camila Farani. Ahh! E claro, a Chris Junqueira, como mãe e empreendedora de alto impacto.
Amo mostrar como a maternidade e a carreira podem andar juntas. No final, é sobre equilíbrio e definição de prioridades.”
Que legado você gostaria de deixar para inspirar outras mulheres?
“Nunca negocie seus valores e princípios. Procure trabalhar com aquilo que você faz bem e é bom em fazer.
Procure dedicar sua vida para resolver problemas no mundo que te deem sentido na vida. Isso vai fazer a diferença para que você encontre uma forma de entregar sua potência para o mundo.
Em alguns momentos entreguei minha potência na frequência baixa e em outros aumentei a potência ao máximo, mas para isso, fiz diversos acordos familiares com meu marido para que eu pudesse viver esse máximo sem desestruturar a minha família, que é o meu maior legado.
Resumo para as mulheres: é possível encontrar seu lugar de potência no mundo, deixando um legado e ajustando sempre sua frequência.”
